A alguns jogos atrás, a torcida do São Paulo resolveu comemorar a recuperação de seu time gritando "Time de Guerreiros" nos estádios. No entanto, essa marca já está fixada com as cores do único Tricolor na face da Terra, e não tem nada de outro time vir e querer se denominar guerreiro. Da mesma forma, só há um Imortal, o Grêmio, e um Soberano, o São Paulo. Então, só há um Time de Guerreiros, o Fluminense.
E hoje isso ficou claro. Num combate entre Guerreiros e "postulantes ao cargo de novatos no exército", o Fluminense mostrou que ele é o único Time de Guerreiros que tem, e confirmou que vive um momento de ascensão e que série B é o caralho.
Não foi um jogo fácil. Era pra ser, afinal, o Maraca recebia novamente cerca de 37 mil Tricolores, que estão apostando no time, e além do mais, o São Paulo utilizava algumas peças reservas de seu elenco... coisa que já acontece com o Flu desde o início do campeonato praticamente. No entanto, essas peças reservas resolveram dificultar a vida do Tricolor, e numa bela trama conseguiram abrir o placar com Wellinton.
Foi aí que a Torcida se mostrou presente. Diferente de momentos anteriores, ela não vaiou, e puxou aquele velho cântico que brilhou na Libertadores 2008, inclusive quando o Flu eliminou o São Paulo: "Eu canto Nense quando o time vai bem, eu canto Nense quando o time vai mal, um gol sofrido não vai me abater e não vou parar de cantar... e Dá-lhe Nense!". No embalo de sua Legião de apaixonados, o Fluminense cresceu, e foi com Jean que deixou tudo igual.
Num primeiro momento, ele recebeu livre, e no mano-a-mano com o goleiro Dênis, mandou no travessão. A bola voltou pra intermediária e Samuel (no seu único bom lance no jogo) disparou um forte chute, que fez Dênis espalmar da forma falha pra área e ver Jean concluir de cabeça, agora sim balançando a rede e fazendo tremer o Maraca: 1x1.
O restante do jogo dispensa comentários. Foi uma partida sofrível até os 43 minutos do segundo tempo. Depois de muitas falhas pros dois lados, faltas, chutes errados e chuva, veio o momento mágico do futebol. Mais um escanteio pro Fluminense. A bola viaja até encontrar a cabeça de Gum, que anteriormente havia tentado uma bicicleta que prometia encerrar ali a história do futebol caso se tornasse em gol. Mas não veio o gol de bicicleta, mas os Deuses do Futebol, admirados com a coragem anterior do zagueiro, lhe retribuíram e o colocaram no lugar certo e na hora certa. Gum se abaixou e acertou a cabeça na bola, desviando-a para o ângulo superior direito do arqueiro são-paulino e estufando as redes da trave direita das cabines do Maracanã. Uma explosão de êxtase no Maior do Mundo, que festeja o gol daquele que já se consagrou em gols decisivos anteriores.
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"GUUUM GUERREIROO GUUUM GUERREIROO" |
Gum, o camisa 3, tão julgado, tão odiado, mas tão amado. Gum, aquele que leva o apelido de Guerreiro e assim é ovacionado pela Torcida é justamente aquele que prova para os que se acham Guerreiros quem é Guerreiro de verdade.
Guerreiros veste verde, branco e grená, e não vence apenas uma batalha, vence guerras e guerras desde 2009. Guerreiro, São Paulo, é o Fluminense.