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Deco provou que também é Guerreiro |
Foi épico. Foi maestral. Foi um milagre. Foi pra quem teve Fé. Foi de um time que Lutou. Foi da torcida, que mesmo em um numero razoável, foi, apoiou, e mostrou que esta Unida ao time. Essa vitória foi do Time de Guerreiros, com aquela emoção de Libertadores. Foi do Fluminense.
Logo que cara notamos algo diferente. Jogamos como se joga quando é necessário vencer. Atacamos durante 90 minutos. Se atacamos bem ou não, não importa, atacamos. Durante 3 rodadas não atacamos, era um time fraco e medroso. Ontem, o que se viu foram Guerreiros sem medo do sofrer gol, com coragem de fazer gol.
Com um time totalmente voltado ao ataque, a defesa ficou exposta e aos 14 minutos fez com que tudo parece perdido. Chutão da defesa do América, a bola ia de encontro ao Berna, porem, o goleirão se atrapalhou com Digão que se atrapalhou com o atacante Sanchez. A bola sobrou e o atacante do América abriu o placar. O lance gerou polêmica entre os Tricolores, alegando que o camisa 11 havia feito uma cama de gato, que fez com que o arqueiro Tricolor se atrapalha-se. O juiz, no entanto, mandou o lance seguir e confirmou o gol.
Mas a torcida sentiu que ali é que ela tinha que aparecer. Ali que tinha que dizer "Estamos aqui, juntos de vocês". Logo após o gol, os 14 mil Tricolores presentes entoaram a música típica após os gols sofridos: "Canto Nense quando o time está bem; eu canto Nense quando o time está mal. Um gol sofrido não vai me abater, não vou parar de cantar". O time respondeu, como sempre respondeu na Libertadores de 2008... quem não se lembra, era fato: logo após o gol sofrido, a torcida cantava essa música e pimba, gol do Flu. Foi exatamente isso que aconteceu ontem.
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Gum comemora seu gol (Wallace Teixeira/Photocamera) |
O Time de Guerreiros não se abateu com o gol e voltou ao ataque. E logo aos 21 minutos, o empate veio. A bola veio pro Conca pela esquerda, que cruzou pra area, e lá estava Gum, um dos personagens principais da arrancada de 2009, pra mandar de cabeça pro gol. Tava lá, a bola no fundo da rede pra reanimar a torcida. 1x1 e a chama da esperança ainda acessa.
A pressão continuou. Só a vitória interessava o Tricolor. Ataque após ataque, mas nada do gol sair. No ultimo minuto, um susto. A bola sobrou pra Montenegro, dentro da area, finalizar. Mas dessa vez, Berna se redimiu da falha e assegurou o empate no primeiro tempo.
O início do segundo tempo não foi diferente. O Flu pressionou desde o primeiro minuto. Porém, aos 6 minutos, o time sofreu mais uma baixa. Mariano sentiu uma lesão na coxa e teve que ser substituído. Enderson Moreira não teve dúvida, e mandou Deco pro aquecimento e depois pro jogo. Logo no dia em que completava 2 meses de lesão, o luso-brasileiro teria mais uma chance de mostrar a o que veio.
Deco entrou com vontade, querendo mostrar serviço e calar os que criticaram sua entrada. Participava bem das manobras ofensivas e tentava encontrar espaços na tentava adversária. Mas o gol cismava em não sair. Na tentativa de arrumar isso, Moreira mandou He-Man pro jogo e sacou Emerson. Mas mal Rafael Moura entrou em campo, o pesadelo aconteceu.
Sanchez disparou pela direita e cruzou... digo, chutou. Alias, só Deus sabe o que ele fez. O que sabemos, é que a bola tomou um efeito sobrenatural e entrou. Digão se atrapalhou (de novo) ao tentar tirar e entrou junto com a bola. América na frente mais uma vez. Seria o fim do nosso sonho? Não, ainda não.
Mais uma vez, a torcida respondeu. Mesmo com muitos já conformados com a situação, algo parecia me dizer que não terminaria assim. Enderson sentiu o momento, que era a hora do tudo ou nada, e sacou Julio Cesar (novamente muito vaiado) e mandou Araújo pro agora ou nunca. Era um "inédito" 2-5-3, só com Digão e Gum na zaga, com Valência voltando um pouco. Diguinho tentava fazer a ligação, Conca pela esquerda e Souza pela direita, Deco na armação. Na frente, Fred, Rafael Moura e Araújo tentavam o que dava. E foi na base desse bloco ofensivo que saiu o gol de empate.
Estavam marcados 32 minutos do segundo tempo no placar. Deco recebeu pela direita e cruzou com categoria, estilo, calma, técnica. Foi assim que ele ganhou fama, com suas assistências precisas. E foi assim que a bola foi pra Araújo, que pulou e desviou de cabeça pro gol. 2x2, o Milagre estava prestes a acontecer.
Explosão no Engenhão. A Torcida voltou a acreditar, o Time jogou seu sangue ali. Até o fim do jogo, eles iriam lutar, lutar e vencer, custasse o que fosse custar.
Deco mostrou que acima de craque, ele é guerreiro, como todos os jogadores desse time. Ele tem sangue tricolor corendo nas veias. Ele acredita. A bola veio pra Fred, que desviou de cabeça pra area, mas quis o destino que ela desviasse em um zagueiro e fosse de encontro a Deco, que se esticou todo pra conseguir tocar por cima do goleiro e concretizar o milagre. Sim, ele aconteceu e eu profetizei isso. O Time de Guerreiros virou o jogo, na raça, na fibra, no coração. Isso meus amigos, é Libertadores. E contra tudo e contra todos, nós iremos dar continuidade a esse milagre!
Confira os gols desse jogão: