domingo, 13 de novembro de 2011

Inexplicável

Como explicar algo que mesmo vendo com meus próprios olhos eu não acredito em ter visto? Acreditei em tudo até antes da bola rolar, na festa da torcida, nas camisas que homenageavam Super Ézio, no Fred que trouxe o nome do ídolo nas costas por todo o jogo. Mas depois tudo parecia um pesadelo. Estou até agora tentando captar tudo que aconteceu, mas entendi que não foi pura imaginação, foi muito real: o América-MG realmente venceu o Fluminense, que foi apático durante os 90 minutos e me pareceu assutado com a sua própria torcida.
Torcida fez a parte dela, lotou, fez mosaico, mas... (NetFlu)
Também entendi que o time tem um sério problema em enfrentar equipes da parte de baixo da tabela, em especial do Z4. Não foi uma derrota, nem duas ou três, foram seis derrotas para times da zona do rebaixamento, além do empate contra o Atlético-PR, ou seja, 19 pontos jogados fora. Salto alto, será? Entrar em campo achando que é partida ganha, mas na hora do "vamos ver" trava? Porque foi exatamente isso que aconteceu ontem: o time travou como aconteceu contra as outras equipes lá de baixo.

O América-MG dominou o primeiro tempo sem problemas, o único empecilho foi o nosso goleiro Diego Cavalieri, que tinha que salvar toda hora que a defesa entregava o ouro. Fábio Santos, de cabeça, quase abriu o placar aproveitando a cobrança de escanteio, mas Marquinho salvou em cima da linha. Minutos depois, o juizão inventou um pênalti pro time visitante. Fábio Junior cobrou e Cavalieri pegou. Podia ter sido o lance divisor de águas, que podia chamar o Flu pro jogo. Que nada... quem veio pra cima mesmo continuou sendo o Coelho.
Fred com a camisa em homenagem ao Super Ézio (Foto: Agência Photocâmera)
Fred não conseguiu brilhar como o ídolo Ézio (Photocamera)

Fábio Junior seguiu tentando. Numa ele apareceu livre e mandou pra fora e em outra Cavalieri pegou mais uma vez. Com tantas chegadas, seria impossível continuar sem levar gol, e foi exatamente isso que aconteceu aos 38 minutos. Em mais uma falha da defesa, sendo sempre pela esquerda, o campo do estreante Jefferson, Kempes invadiu a área e bateu cruzado e dessa vez o goleirão Tricolor aceitou com um frango. Mas a culpa não foi dele, afinal, a defesa cansou de errar e ele cansou de corrigir as falhas da defesa.

A Torcida obviamente se sentiu injustiçada, afinal, lotou pela primeira vez no ano o Engenhão e via o time não jogar, só errar passes e deixar o time mineiro controlar o jogo. Os Tricolores começaram a vaiar o time, em especial o lateral-esquerdo Jefferson, que fazia uma estreia em que ele vai preferir esquecer. Nisso tive que discordar da Torcida. O cara estava á 5 meses sem jogar, tem que vaiar o Abel. Afinal, como pode ele querer começar o jogo com um jogador completamente sem ritmo de jogo? Mas essa não foi a única falha de Abelão, pois no segundo tempo tratou de sacar Lanzini, que mesmo mal, era o único armador de fato em campo, e mandou o horrível Araújo pro jogo, junto com Diguinho no lugar de Valencia. A mudança podia dar certo, mas Araújo parecia mais assustado do que todo mundo em campo, errou tudo, absolutamente tudo que tentou. Vaias pra quem? Pro Abel.

O time voltou tentando só alçar a bola na área, o que na minha opinião é completamente inútil. Nunca dá certo quando o time começa a querer cruzar de qualquer lugar do campo. Enquanto o Flu seguia tentando no mesmo erro, o América-MG ia chegando nos contra-ataques. A Torcida podia apoiar, mas ela preferiu vaiar, querendo dizer "Fiz minha parte, agora façam a de vocês" e pra ajudarem o técnico Tricolor, decidiram berrar o óbvio "He-Man, He-Man". Claro que era pra ele ter entrado, e não o capenga Araújo, que já mostrou em outros jogos que não é bola nenhuma. Com os pedidos da torcida junto as vaias para Jefferson, Abelão sacou o lateral e mandou o camisa 10 pro jogo.

Com o quarteto ofensivo em campo, o ritmo de jogo não mudou. Pegava na bola e cruzava, pegava na bola e cruzava... e enquanto isso o América chegava, até que, fez 2x0. Aos 33 minutos, Alessandro, que entrou no lugar de Kempes, concluiu com firmeza e com facilidade pra ampliar a vantagem americana.

Desespero no Tricolores, tanto em campo, quanto na arquibancada. Era o impossível acontecendo contra a gente. O desespero virou bico pra frente, que num lance de esforço saiu o gol Tricolor. Bola na área pra Rafael Moura, que chutou em cima da defesa. A bola voltou pra ele que dessa vez não perdoou e diminui o placar. Podia ser o início de mais uma virada épica do Flu, como foi contra o Atlético-GO, mas não, não foi assim. O time seguiu desesperado e sem acertar nada, esbarrando na boa marcação mineira. O fim foi mesmo 2x1 pro América-MG.

Agora, resta à nós ligarmos nossos secadores à partir das 17 horas de hoje e secarmos o Corinthians, o Flamengo e torcer por um empate entre Vasco e Botafogo. Se tudo der errado, podemos dar adeus ao título. Só espero que a equipe comandada por Abel não repita o vexame de 2005, que entregou o título e a Libertadores nas cinco rodadas finais. Se liga, Abelão.

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