sábado, 19 de novembro de 2011

Sim, o mundo é nosso

A década de 50 pode não ter começado nada boa para o Fluminense. Com um desempenho abaixo do espero no estadual de 1950, o Flu decepcionou a sua torcida com o 6º lugar. Após a disputa do Carioca, o Tricolor excursionou pela América Latina, buscando divulgar o nome do clube. Na volta da excursão, o Fluminense viu o Maracanã ser erguido e estreado numa partida entre a Seleção Carioca x Seleção Paulista. O jogo ficou em 3x1 pros paulistas, mas o primeiro gol foi dos Cariocas e foi de Didi, meio-campo do Fluminense.

Com a construção do Maracanã, os grandes jogos passaram a ser lá, e aí sim surgiu a alma do futebol carioca. Em 1951, o primeiro estadual com o "Maior do Mundo", sendo que dessa vez o Tricolor não fez feio e ergueu a taça, conquistando seu 16º título carioca, abrindo uma vantagem de seis troféus em relação ao Flamengo, sete pro Vasco e oito pro Botafogo. Naquele mesmo ano, no dia 14 de outubro, ficou marcado pelo primeiro Fla-Flu no Maraca. Com um público de 109.212, fora os quase 40 mil ingressos falsos que aumenta o número para aproximadamente 150 mil pessoas (contagem não-oficial), sendo por esse fato o nome Clássico das Multidões, o Fluzão venceu por 1x0 e fechou o ano com chave de ouro e seguiu para o ano de 1952 com uma importante missão: conquistar o mundo.

A Taça Rio
O título carioca de 51 classificou o Flu para a disputa da Taça Rio de 1952, um torneio que recebia os principais campeões do mundo. Ainda sem a existência de Champions League ou Taça Libertadores, o meio era convidar as equipes campeãs dos países dos principais polos futebolísticos do mundo. Para a 2ª edição do campeonato, foram convidados o Peñarol (Uruguai), Grasshopper (Suiça), Sporting (Portugal), Saarbrucken (Alemanha Ocidental), Libertad (Paraguai), Austria Viena (Austria), além dos brasileiros Fluminense e Corinthians, campeões dos dois maiores centros futebolisticos do Brasil, já que ainda não existia um campeonato nacional. Fora esses, a Juventus (Itália) e Racing (Argentina) não quiseram disputar o torneio.

As oito equipes foram divididas em dois grupos. O Grupo A, com jogos no Maracanã, tinha Fluminense, Peñarol, Sporting e Grasshopper, enquanto o B, com jogos no Pacaembu, contava com Corinthians, Saarbrucken, Libertad e Austria Viena. O Fluzão passou invicto pela primeira fase, empatando com os portugueses no primeiro jogo em 0x0, vencendo os suiços por 1x0 e goleando os uruguaios por 3x0. Ou seja, além de não perder nenhum jogo, o Flu seguiu em frente com a defesa zerada.

No outro lado, o Corinthians passou fácil por todos os adversários e já era favorito ao título. No cruzamento das chaves, Flu e Penãrol enfrentariam respectivamente o Austria Viena e o Corinthians, sendo confrontos entre 1ºs x 2ºs. O Tricolor venceu o primeiro jogo por 1x0, e goleou no segundo por 5x2, sofrendo assim seus primeiros gols na competição.

Na final, o Corinthians, que vencerá o Peñarol por 2x1 e sequer disputou a segunda partida, já que os uruguaios não foram ao confronto e perderam por W.O. No dia 30 de julho, nove dias após o cinquentenário do Fluminense, o Tricolor venceu por 2x0 e foi com vantagem pro segundo jogo (ambos no Maracanã). Com um público de 65.946 torcedores, o Fluzão se sagrou campeão do mundo ao empatar em 2x2 com os alvinegros. Os gols foram de Didi, aos 10 minutos, e do artilheiro Marinho, aos 19 do segundo tempo. No entanto, a FIFA se recusa a reconhecer nosso título nos dias de hoje, sendo que o Flu luta pelo merecido reconhecimento da bela conquista da esquadra Tricolor comandada por Zezé Moreira, que era formada por Castilho, Píndaro, Pinheiro, Jair, Édson, Bigode, Telê, Didi, Marinho, Orlando e Quincas. 


Em 1954, o Flu deixou escapar na última rodada o título do Torneio Rio-SP. Depois de cometer o mesmo pecado em 1952, o Flu repetiu o erro de perder na última rodada para um time já sem chances de levar a taça. Em 52, perdemos pro Corinthians no Maracanã, e  mesmo palco viu o Vasco nos derrotar por 1x0 e frustrar os planos Tricolores. Porem, no ano de 1957, o Time das Laranjeiras não repetiu o mesmo erro e conquistou de forma invicta o torneio interestadual. Tendo como artilheiro da competição o atacante Tricolor Waldo, que até hoje é o maior artilheiro da história do Flu, o Flu venceu sete partidas e empatou duas, conquistando pela primeira vez a competição.


Entre uma competição e outra, o Fluminense viajava pela América, enfrentando diversos clubes e obtendo bons e maus resultados. Em 1956, foram 17 partidas, obtendo 10 vitórias, 3 empates e 4 derrotas. Além disso, haviam jogos contra grandes equipes europeias, como o Arsenal (Inglaterra), Porto (Portugal), América (México), entre outros clubes.


Em 1959, o Flu conquistou mais um campeonato carioca com uma grande campanha, vencendo 17 jogos, empatando 4 e perdendo apenas uma, sendo essa para o Bangu. Com o título, o Flu fechou a década em alta e com moral internacional.

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