Ontem, ou melhor, hoje, foi a vez desse "placar mágico" voltar a dar as caras. Em meio de apagão, mosaico, alteração confusa e golaços, o Flu derrotou o Libertad por 3x1 e está muito próximo de garantir sua vaga nas quartas-de-final.
O jogo estava marcado para as 21:50, e tudo ocorria normalmente para o início da peleja. Mas foi só o arbitro começar a arrumar seu cronometro, que mais uma vez faltou luz no Engenhão. Assim como no domingo, os refletores do estádio se apagaram e deixaram todos apreensivos com o retorno. Após meia hora de espera, as luzes sobre o setor oeste deram o indicio de que o jogo iria finalmente começar. Com o time em campo, a torcida exibiu sua carta que estava na manga. Um belíssimo mosaico tricolor, que exibiam o apelido do time: "Guerreiros" e logo abaixo, um eletrocardiograma, para expressar a emoção sentida pelos Tricolores nos últimos jogos da Libertadores.
Mais um belo mosaico Tricolor (Photocamera) |
Logo após a torcida desmanchar o mosaico, a luz apagou de novo. Dessa vez, somente uma parte dos refletores que ficam sobre o setor leste. A comissão de arbitragem decretou que dessa forma não haveria jogo. Enquanto as decisões eram tomados, o time do Fluminense trocou de uniforme. Inicialmente, o Flu iria com seu tradicional uniforme Tricolor, mas já que o Libertad estava com camisas alvinegras, ocorria uma certa confusão entre as camisas. Então, já que os paraguaios não quiseram alterar seu uniforme, o Flu voltou com sua camisa grená. Porem, a surpresa ficou na combinação com o calção branco e meião branco, diferente de antes, que era totalmente grená.
Quando o relógio já marcavam quase uma hora de atraso, as luzes começaram a voltar. Isso por que a torcida já estava apelando para João de Deus, que ouviu o pedido dos 25 mil tricolores presentes e deu aquela forçinha no retorno da iluminação.
He-Man comemora o seu gol (Rafael Moraes/Photocamera) |
Infelizmente, o brilho Tricolor ficou por aí. O jogo ficou morno, com muitos passes errados, principalmente pelo lado do Flu. Os erros Tricolores eram sempre no último lance, no passe decisivo. Ou as vezes nem isso, já que o time insistia nos chutões lá da defesa. O Libertad não ameaçava muito, e não mostrava um futebol de um time que é o segundo melhor na fase de grupos.
A preocupação Tricolor ficou só por conta da lesão de Julio Cesar. O lateral esquerdo teve que ser substituído, e como não tem mais nenhum jogador dessa posição disponível (Carlinhos segue lesionado), Enderson Moreira teve que optar por colocar Fernando Bob na lateral, posição que não é a sua de origem, já que o garoto é volante.
Bob não apareceu muito no primeiro tempo. Mas viu o Flu desperdiçar uma ótima oportunidade no fim da etapa inicial. Rafael Moura ajeitou de cabeça pra Fred, que de frente pro gol, bateu de prima e mandou pra fora.
No segundo tempo, mais um apagão. Mas dessa vez, foi no time do Fluminense. Completamente perdido em campo, o Tricolor viu o Libertad comandar o jogo. Enquanto o Flu tentava acionar a dupla de frente na base de lançamentos vindos da defesa, os paraguaios trocavam passes e no fim cruzavam pra area. Jogada manjada desde o inicio do jogo, e ainda não tinha dado certo. Mas aos 15 minutos, não deu pra defesa do Flu. Ayala cruzou da intermediaria e Gamarra se aproveitou do vacilo de Berna, que ficou mais uma vez no "vou-não-vou" e ficou no meio do caminho e nada pode fazer pra evitar a cabeçada do paraguaio.
Como sempre, o gol fez com que o time voltasse ao jogo. Mas também fez com que a torcida passasse a vaiar o arqueiro Tricolor e Fernando Bob, muito apagado no jogo. Em cobrança de escanteio, Valencia apareceu como um foguete e mandou uma cabeçada no contra-pé do goleiro alvinegro, que conseguiu evitar o gol Tricolor. Mesmo assim a torcida seguiu vaiando, e só se satisfez quando Enderson sacou Bob e mandou Araujo pro jogo. Bob saiu muito chateado e foi direto pro vestiário, em clara atitude de reprovação a sua substituição. Os reservas Tricolores pediram o apoio da torcida ao jogador, que mais tarde, recusou os pedidos de desculpa de Enderson no vestiário, que admitiu que errou.
E foi só Araújo entrar que a luz voltou a brilhar pro Fluzão. E brilhou para Marquinho. Até então apagado em campo, o camisa 7 fez uma bela jogada pelo meio, passou no meia da marcação paraguaia e mandou um foguete de fora da area no canto esquerda do goleiro do Libertad. A bola pegou na trave antes de balançar a rede. Um golaço para recolocar o Fluzão na frente.
O brilho passou pro outro meia, também apagado, Conca. Aos 29 minutos, falta na esquerda, próxima a entrada da area. O argentino chamou a responsabilidade e bateu com extrema categoria, fazendo a bola viajar por cima da barreira e morrer próxima ao chão, no cantinho, sem a mínima chance de defesa de Vargas. 3x1 pro Fluzão.
Se a voltagem Tricolor estava no máxima, o time decidiu entrar no modo "stand-by" após o terceiro gol. E isso facilitou a vida do Libertad, que passou a buscar só mais um gol, já que 3x1 era um placar muito desfavorável aos alvinegros. E foi aí que Berna voltou a brilhar. Bola cruzada na area e Berna saiu de soco e mandou pra escanteio. Na sua comemoração, Berna mandou uma "banana" pra torcida que o vaiava. Depois, ele negou e afirmou que quis mostrar que ele tinha fibra.
Ricardo Berna queria mesmo provar que tinha fibra. No último minuto de jogo, falta pro Libertad na entrada da area. Na cobrança, a bola bateu na barreira e sobrou pra mais um chute do paraguaio, que dessa vez obrigou Berna a fazer uma bela defesa para assegurar o placar mágico.
Agora, o próximo encontro esta marcado para quarta-feira, às 21:50 (se não tiver apagão) no Paraguai. O Flu pode perder até por um gol de diferença que se classifica. Até uma derrota superior a 4x2 mantendo a diferença de dois gols (5x3, 6x4...) garante o Flu. 3x1 pro Libertad leva aos penaltis.