Mais uma vitória histórica do Time de Guerreiros (Photocamera) |
O técnico rival tirou onda. Duvidou dos milagres. Duvidou que eles acontecem duas vezes. Pois é, quem sabe, milagres não acontecem duas vezes... mas o FLUMINENSE ACONTECE VÁRIAS VEZES.
Como sempre em sua história, não foi fácil, mas vencemos. Fluminense 4x2, na raça, aos 43 do segundo tempo, para marcar a classificação mais emocionante da Libertadores.
O Flu tinha que vencer. E tentou isso desde o começo. Dominou o começo do jogo com facilidade, chegando perto do gol e levando perigo ao Argentinos Juniors. Numa bela tabela entre Marquinho e Fred, o capitão bateu e mandou na trave. Mas aos 17 minutos, o gol saiu. Marquinho fez boa jogada e lançou Julio Cesar na esquerda, que invadiu a área e bateu cruzado pra abrir o placar.
1x0 ainda não bastava, já que o jogo entre Nacional e América em Montevídeu seguia 0x0. Era necessário mais um. Os quase mil tricolores presentes no estádio Diego Armando Maradona comemoravam e acreditavam no gol da classificação, acreditavam que iria sair logo. Ah, que engano. Não seria tão fácil assim.
O domínio Tricolor foi água abaixo aos 25 minutos. Bola cruzada na área Tricolor, Berna saiu e agarrou a bola, mas o juiz teve uma visão de que o Gum derrubou Salcedo e marcou um penalti inexistente. O próprio Salcedo bateu e fez, bola pra um lado, goleiro pro outro. O empate era péssimo pro Flu. Mas ainda tinha jogo pela frente.
O jogo tava tenso. O time Colorado estava apelando muito pra catimba, pra falta. Muitas faltas, e foi assim que eles morreram. Já diria o ditado "O feitiço virou contra o feiticeiro". Ainda se reerguendo no jogo, o Flu teve uma falta aos 35 minutos. Na bola, Marquinho e Fred. A dupla já esta entrosada em cobranças daquele lugar, e mais uma vez, deu certo. Fred correu e mandou um pataço violento, cheio de curva. A bola foi no meio do gol, mas o goleiro Navarro tentou defender de forma estranha e acabou aceitando o chute. Mais uma vez, o Flu tava na frente.
"Agora vai", foi isso que todos nós Tricolores pensamos. Estavamos de volta, e mais um gol colocava a gente nas oitavas-de-final. No Uruguai, o 0x0 era o placar ainda. O time se reencontrou em campo mas não conseguiu mudar o placar antes do intervalo.
O que estava para vir estava pra entrar na história. Mas a princípio, foi assustador. Dois times completamente mudados. Pedro Troglio tirou um zagueiro e botou Oberman. O Flu voltou apagado e o Argentinos dominando. E a alteração hermana deu muito certo. Aos 9 minutos, Valencia tirou a bola da área mas jogou no pé de Oberman. O camisa 10 ajeitou e bateu. A bola desviou em Valencia, que tinha se jogado pra evitar o arremate, mas a bola saiu do rumo e pegou Berna desprevenido, que nada pode fazer a não ser olhar a bola entrando.
Mais no que nunca, o Flu parecia morto de vez. Alguns falaram "acabou", "não da mais", "já era". Mas quem estava jogando mesmo? Ah sim... o Fluminense.
Aos 22 minutos, foi a vez a sorte voltar a sorrir pro Tricolor. Marquinho cobrou escanteio pela esquerda, Fred cabeceou e Navarro espalmou pra pequena área. Rafael Moura, que ganhou a vaga de titular na última hora, pegou a sobra e não perdoou. Gol aberto pra ele é GOL. 3x2, e mais uma vez, só faltava um gol pro Fluzão.
Mas esse segundo gol teimava em não sair. E se não saia em Buenos Aires, não saia também em Montevideu. O 0x0 classificava o Nacional e o América. Caso o América fizesse 1x0, América e Flu se classificavam. Caso o Flu fizesse mais um, o Nacional caia fora do mesmo jeito. E a partida no Uruguai estava 8 minutos adiantada, ou seja, se acabasse 0x0 lá, o Flu teria tempo pra buscar seu gol. E assim foi.
La pelos trinta e poucos, Fred recebeu a bola na área e emendou um belo voleio, obrigando ao goleiro argentino a executar uma boa defesa. A torcida Tricolor apoiava o time. Os mil Tricolores ali presentes sofriam, mas acreditavam. Os milhões de Tricolores, espalhados pelas 4 direções do Mundo, sofriam, mas também acreditavam. Alguns pessimistas teimavam em não acreditar. Besteira deles. Alias, azar o deles.
Joguei essa pedra: bota o Tartá e o Araújo, tira o Júlio Cesar e o Diguinho. Aí a gente ganha. Não é que eu "mitei"?
Aos 41 minutos, acabou o jogo no Uruguai, 0x0. Enderson sacou Diguinho e botou o Araujo. Tartá já tinha entrado na vaga do J. Cesar, aos 35. E o Araújo fez exatamente o que tinha que fazer.
42 minutos do segundo tempo. A hora exata pra sair aquele gol chamado de "Milagre". Araújo lançou Edinho, que driblou o goleiro Navarro e foi derrubado pelo arqueiro dentro da área. Penalti. Penalidade Máxima pro Fluminense. 11 metros separavam o Fluzão do céu e inferno. Fred, o capitão Tricolor pegou a bola decidido a entrar pra história. E entrou. Correu e bateu, forte, como se deve bater um penalti, no canto superior direito do goleiro argentino, que acertou o canto, mas não tinha chance de defender. Era o milagre máximo acontecendo. Acontecendo diante de milhares, diante de Troglio, que teve que engolir suas palavras e ver seu time ser vitima de mais um milagre Tricolor. Alias, de novo, né Troglio? Lembra de 2009, Flu e Cerro, dois gols do Flu nos dois últimos 10 minutos? Ele estava no comando do Cerro.
Daí pra frente foi só contar os segundos, 280 segundos. E assim que eles zeraram, foi só fazer a festa. Isso se não fosse a pancadaria no fim do jogo. Não souberam perder e foram pra porrada. Normal. Libertadores, infelizmente é esse nível. Mas isso não manchou a vitória épica do nosso eterno Fluminense, que gravou definitivamente seu nome no Hall dos Imortais. O Time de Guerreiros nunca morre, nunca desiste. Ele perde, mas se levanta. E quando ganha, não é só mais uma vitória, é mais uma história pra contar. E quando decide calcular, inventa sua própria matématica, que não soma numeros, mas sim, a paixão e a raça.
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