segunda-feira, 30 de abril de 2012

A Magia, o Inferno e o Retorno

Quem diria. Depois de grandes temporadas nas décadas de 70 e 80, o Fluminense entrou em grande decadência nos anos 90. E no início não era isso que parecia. Em 1991, o Flu chegou à semi-final do Campeonato Brasileiro, mas foi parado pelo Bragantino, sendo derrotado dentro de um Maracanã tomado por 74.781 Tricolores por 1x0, ainda empatando no jogo de volta por 1x1 em Bragança Paulista.

O elenco Tricolor não era tão brilhante como a Máquina Tricolor dos anos 80. Era longe disso, mas mostrava disposição, e com isso, conseguia chegar longe nos campeonatos. Em 1992, chegou à final da Copa do Brasil. O Flu ficou muito próximo do título, ao vencer o primeiro jogo por 2x1 nas Laranjeiras, mas viu o sonho ir água abaixo no jogo de volta, no Beira-Rio. O jogo estava empatado até os 42 minutos da etapa final, quando o árbitro José Aparecido de Oliveira marcou um pênalti inexistente para o Internacional. O Colorado converteu a cobrança e levou a Copa do Brasil. O Flu, indignado, voltou sem nada para casa, mas antes de sequer sair de Porto Alegre, causou polemica. O juizão iria embarcar no mesmo voo da delegação Tricolor, mas o elenco do Fluminense realizou uma grande confusão com o árbitro, que foi impedido de embarcar e acabou obrigado a ir para outro avião.

O Flu foi acumulando diversas eliminações ao longo dos anos, e só voltou a gritar campeão em 1995. E veio de uma maneira histórica, mágica e inesquecível. O Fluminense venceu o Campeonato Carioca em cima do centenário Flamengo, composto por um elenco estrelar, de uma forma incrível. Após abrir 2x0, o Flu permitiu o empate e via mais um título escapar pelas mãos. No entanto, aos 42 minutos do segundo tempo, Aílton invadiu a área pela direita, deu dois cortes no marcador e bateu cruzado. A bola podia entrar, podia ir pela linha de fundo, mas o destino quis que ela optasse por nenhuma dessas opções, e sim, ir direto na barriga de Renato Gaúcho e desviar para a eternidade. O histórico gol de Renato deu o título para o Fluminense, que teve seu último momento de alegria naquela década.
(para mais informações desse jogo, ver o post "Há 16 anos ocorreu o maior Fla-Flu da história")

Em 1996, o Flu começou a descer a escada para o inferno. Foi rebaixado no Brasileirão, mas por sorte teve sua queda cancelada em vigor de um escândalo de arbitragem que envolvia o Atlético-PR e o Corinthians. No ano seguinte, no entanto, não teve sorte nenhuma que salvou o Fluminense. O Flu foi punido pela sua falta de vergonha na cara e foi rebaixado em penúltimo, depois de uma ridícula campanha de apenas quatro vitórias, dez empates e onze derrotas.

Tudo bem, rebaixamentos acontecem, todo clube tem sua mancha negra, mas todos lutam para no ano seguinte tentar evitar que essa mancha se transforme numa página inteira em preto. Nas Laranjeiras, não foi isso que aconteceu. Não conseguiu voltar, sequer permanecer, mas sim, cair mais uma vez. Sim, o Fluminense bateu nas portas do inferno. Foi eliminado na primeira fase, com duas vitórias, cinco empates e três derrotas, ficando entre os seis rebaixados daquele ano.

Até hoje, a série C é um motivo de vergonha para os Tricolores. No entanto, ao mínimo, o Fluminense fez a sua parte e foi campeão da competição, dando início a sua caminhada de volta ao paraíso. No entanto, a fuga do inferno foi mais rápida do que o esperado. Com o elenco preparado para a disputa da série B de 2000, o Brasil foi surpreendido com o caso Sandro Hiroshi, que foi mais uma bomba que tumultuou o Campeonato Brasileiro, que acabou não tendo as divisões inferiores em 2000, apenas módulos organizados de acordo com a importância dos clubes, colocando assim o Fluminense no módulo azul, equivalente aos clubes de maior importância, sendo assim a primeira divisão. Essa história, no entanto, será melhor contada no próximo capítulo da história Tricolor.

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