segunda-feira, 30 de maio de 2011

Adeus, Enderson

"Intenso". Foi assim que Enderson Moreira resumiu sua curta, porem, emocionante passagem pelas Laranjeiras. Apesar de seguir como responsável pelas categorias de base, a trajetória de Enderson como treinador interino do Flu chega ao fim.

Muitos técnicos passam toda sua carreira sem ter grandes emoções. Enderson, em dois meses, foi de ídolo à culpado. Foi da glória de um milagre ao caos de uma tragédia. Conseguiu surpreender a torcida ao colocar Deco contra o América-MEX e o camisa 20 decidir o jogo, como também conseguiu irritar Souza e F. Bob, por faze-los esquentar o banco.

Enderson no seu primeiro jogo, contra o
América do México
A história de Enderson começa contra o América do México. E não era um jogo qualquer, era Libertadores. E mais, uma derrota podia decretar a eliminação Tricolor na competição. Mas incrivelmente, o Flu venceu de virada aos 43 minutos do segundo tempo por 3x2, gol de Deco, que entrará no meio da etapa final, uma cartada decisiva de Enderson.

Mas a torcida logo viu que não seriam só de milagres essa trajetória. Na partida seguinte, contra o Nacional, no Uruguai, o Flu jogou mal e Enderson não soube lidar com a situação, levando assim uma derrota de 2x0 e 8% de chances de se classificar na bagagem. Mais uma vez sobre pressão, o Flu tinha que vencer e secar o Nacional na última rodada da Libertadores.

Mesmo jogando na Argentina e no caldeirão Diego Armando Maradona, o Flu mais uma vez reverteu a situação, venceu por 4x2, com gol da classificação aos 42, em penalti convertido por Fred. O Nacional empatou com o América em casa e ajudou o Flu, que se classificou com moral pra fase seguinte.

Mas antes do jogo, Emerson Sheik foi barrado do time por ter cantado músicas no Flamengo no ônibus da delegação Tricolor. O afastamento mais tarde levou a sua saída do clube, e logo após isso, Sheik revelou que Enderson era influenciado na escalação por certos jogadores.

Antes de pegar o Libertad nas oitavas de final, o Flu tinha o Fla na semi-final da Taça Rio. Após empate por 1x1 no tempo normal o Tricolor foi eliminado nos penaltis e deu adeus ao estadual.

A torcida pouco ligou, pois o foco era a Libertadores. E contra o Libertad, parecia que a caminhada ia mais longe. 3x1 após apagão no Engenhão, mosaico da torcida e tudo mais. Mas o jogo não foi só de grandes feitos. Enderson teve que tirar Julio Cesar no primeiro tempo e decidiu botar Fernando Bob no seu lugar. Porem, no segundo tempo, quando o jogo tava 1x1, Enderson resolveu tirar o próprio F. Bob pra botar Araújo. A substituição deu certo, mas Bob saiu irritado com a situação, foi direto pro vestiário e não aceitou o pedido de desculpas do treinador.

Tudo parecia bem encaminhado para o Flu seguir para as quartas de final, mas... o Flu jogou terrivelmente mal no jogo de volta no Paraguai, perdeu por 3x0, tendo como um dos grandes culpados o Enderson, que escalou mal o time e entrou para segurar o resultado. E mesmo perdendo por 1x0, Enderson preferiu seguir segurando o placar, até que aos 41 do segundo tempo veio o 2x0. Aí era tarde para tentar fazer algo, e nada adiantou o interino botar Araújo & cia nos últimos minutos. Alias, adiantou pro Libertad, que teve espaço para fazer o 3º.

Mesmo após duas semanas com o time parado, só treinando, a má fase seguiu perseguindo o time, e ainda deu tempo para Enderson ver o Flu jogar mal na estréia contra o São Paulo e perder por 2x0. Durante o jogo, a torcida Tricolor esbravejou contra o treinador por tirar Deco, o único que estava bem em campo. Foi a gota d'agua para a Torcida passar a contar as horas pra saída do treinador.

O último jogo de Enderson foi ontem, contra o Atlético, e encerrou da mesma forma que começou: com uma vitória. 1x0, mas com algumas falhas nas substituições. Enderson deixou o cargo sem deixar lá muitas saudades na torcida. Mas mesmo assim, desejamos sucesso a ele enquanto estiver trabalhando dentro do clube.

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