domingo, 8 de dezembro de 2013

Sobre eu e o Fluminense

Laguna-SC, 08 de dezembro de 2013

Caro Fluminense Football Club,

Hoje estava me lembrando de quão longa é nossa história juntos. Coisa que posso lembrar a qualquer momento, mas hoje, revi todos os momentos que passei ao seu lado, desde o primeiro, do qual me lembro perfeitamente. Era o ano de 2002, quando retornava de uma viagem de férias. Fui recepcionado em casa com um presente que talvez seja o que eu mais me orgulhe até hoje: o uniforme completo do centenário Tricolor. Aqueles tons de laranja, com o escudo no peito foram suficientes para me converter. Sim, na inocência de uma criança, escolhi meu time por suas cores, por sua camisa e por seu escudo.

Crianças não ligam para números. Crianças se importam com qualidade. Se lhe agradar, está ótimo. Assim foi comigo. Eu mal entendia de futebol, se quer ligava. Diferente da mentalidade adulta, vestia a camisa do Fluminense por acha-la bonita, não por querer comemorar uma vitória ou um título. Mal sabia eu que o time tinha sido campeão carioca, mal sabia quando vencia e mal sabia quando perdia. Apenas escolhia a camisa que eu mais gostava de vestir para sair, e sempre era a do Fluminense.

Aliás, assim foi até 2007, ano em que pela primeira vez comemorei um título. Não acompanhei de perto a campanha do time, mas vibrei na primeira final que passei ao lado de meu pai, um dos responsáveis por hoje, Fluminense, nós sermos tão unidos. Foi ele quem nos uniu fisicamente em 2008, quando fui ve-lo pela primeira vez.

Foi mágico. Não foi um clássico, se quer um bom jogo. Mas foi no Maracanã, que aspirava um sonho que eu ainda não tinha noção do tamanho: todos ali sonhavam com a Libertadores. Mas o jogo era de Campeonato Carioca e contra o Resende. Mas pouco importa a ocasião, era ali que eu me unia à uma Legião de apaixonados pela primeira vez, e dali em definitivo, não tinha volta. Eu e você eramos apenas um.

Desde então foram muitos jogos pela TV, muitos por rádio, alguns em estádio. Graças a você, Fluminense, tive a alegria de conhecer muitos lugares novos, pessoas novas, e também graças a você, eu sorri, eu vibrei, comemorei e fui feliz. Me lembro das minhas primeiras lágrimas por sua causa. Foram de felicidade, depois do gol de Washington contra o São Paulo. Tempos depois, vieram as de tristeza, depois da final contra a LDU. Ali pela primeira vez senti raiva de você, a primeira de muitas vezes que te odiei, que me irritei, que chorei.

Mas foi assim que passei a te entender. Vi que você não funciona como os outros. Você é diferente. É inesperado, surpreendente, e é isso que te torna único. Você consegue chegar a uma final continental e em seguida lutar contra um rebaixamento. E fugir. Em dose dupla. Na segunda, como herói, como Guerreiro.

Aprendi Fluminense, que você é o mais imortal dos imortais. Não quero roubar o apelido de outro time, mas por mais que digam que você está morto, acreditem, não está. Já falaram isso antes de eu te conhecer. Sim, eu sei de seus anos negros, pois conheço seu passado inteiro, de ponta a ponta. Fiz questão de te conhecer, e saber que não somos os mais vitoriosos nem os mais vezes campeões, mas que somos orgulhosos por sermos os mais tradicionais, e isso basta.

Conheço todas suas glórias, Fluminense, e também suas derrotas. Me orgulho muito de suas conquistas, mas também me orgulho de saber que quando te derrubaram, você se reergueu e voltou mais forte do que nunca, e eu sei Fluminense, como ninguém, que não é dessa vez que vão nos abalar.

Talvez eu tenha sido diferente esse ano. Te esqueci um pouco, me afastei mais do que devia. Mas hoje, acredito que foi melhor para mim. Se eu continuasse como eu era, hoje não estaria sequer escrevendo esse texto. Acho que amor é assim, Fluminense... nós aprendemos a amar, para não sofrermos tanto quando o parceiro vacila. Sei que não foi culpa sua, Fluminense, é culpa dos que te administram, que dizem que te representam. Mas eu sei que quem te representa melhor sou eu e todos os outros Tricolores, e nós Fluminense, nós não iremos te abandonar hoje, nem amanhã, nem nunca.

Digo teu nome quando me perguntam qual time que torço desde 2002, e desde 2008 canto teu hino como se fosse minha oração. As alegrias que passei ao teu lado me fortalecem para superar qualquer tristeza que vier. Eu te amo, Fluminense, e tenho a certeza de que nunca vou te abandonar.

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